Foi encontrado o corpo de Valentina Fonseca, a menina de 9 anos desaparecida da casa do pai na passada quinta-feira, na Atouguia da Baleia, em Peniche, avançou este domingo em comunicado a Polícia Judiciária.
Quatro dia depois de terem alertado as autoridades para o seu desaparecimento, o pai e a madrasta de Valentina foram detidos, suspeitos de envolvimento na morte da criança.
Para as 16h está marcada uma conferência de imprensa no Departamento de Investigação Criminal de Leiria, onde serão prestados mais esclarecimentos sobre o crime.
Sandro Bernardo, o pai de Valentina, já terá entretanto confessado o crime. Terá sido Sandro a fornecer as indicações que conduziram as autoridades ao eucaliptal, na zona da Serra d’ El Rei e a cerca de 6 quilómetros de sua casa, onde foi encontrado o corpo da menina, escondido por ramos, mas não enterrado.
De acordo com informações avançadas pela CMTV, o facto de os depoimentos de pai e madrasta de Valentina terem sido sempre coincidentes e de não existirem vestígios de sangue na casa, terá feito com que o caso se tivesse prolongado ao longos dos últimos quatro dias. Sandro Bernardo terá cedido às primeiras horas deste domingo, quando foi submetido a um terceiro interrogatório por parte das autoridades.
Também segundo o mesmo canal, Valentina terá sido asfixiada, na passada quarta-feira, dia em que terá desaparecido da caso do pai, enquanto tomava banho.
Antes disso, dois familiares tinham contado que parte da família receava que Valentina tivesse saído de casa por ciúmes — até porque o pai e a madrasta tinham tido um bebé há um ano e meio. Em contrapartida, tinham explicado também, a menina tinha muito medo do escuro — o que, na perspetiva da família, afastaria a tese de que teria saído pelo próprio pé durante a noite. Desde o momento em que se iniciaram as buscas, o pai esteve sempre presente, a apoiar as autoridades.
Este domingo, depois de ter sido encontrado o cadáver e de pai e madrasta terem sido detidos, um familiar revelou não estar surpreendido com o desfecho do caso: “Nós sempre desconfiámos, não todos claro, mas quem desconfiava estava constantemente a dizer à PJ que só podiam ser eles os dois” revelou ao jornal Observador.
Afonso Clara, presidente da junta de freguesia da Atouguia da Baleia, também não se mostrou surpreendido com o crime. “Não é nada que a mim me surpreenda de todo. Queríamos que o filme terminasse bem, infelizmente terminou mal”, disse este domingo aos jornalistas no local.
Filha de pais separados, Valentina teria sido vista pela última vez pelo próprio pai — que segundo relatou às autoridades a foi aconchegar perto da 1h00 da madrugada da passada quinta-feira. Quando acordou, depois das 8h, na manhã seguinte, Valentina já não estaria na cama, contou o agora detido às autoridades.
Ouvidos pelos inspetores da PJ, Sandro Bernardo e Sónia Fonseca, pai e mãe da menina, tinham contado que já em 2019, na altura da Páscoa, Valentina tinha fugido de casa do pai, de manhã, para ir ter com a mãe, de quem “tinha saudades”. Nessa altura, foi encontrada por um agente que, estranhando vê-la sozinha, a conduziu à casa de Sónia Fonseca, no Bombarral.
Em casa de Sandro e Márcia Bernardo, onde Valentina passava alguns dias, a espaços, viviam ainda outras três crianças: dois filhos de uma primeira relação da madrasta, com 12 e 4 anos, e o bebé, filho dos dois.
