Desde o início do surto de covid-19 em Portugal, já morreram 989 pessoas, 16 das quais nas últimas 24 horas, o que equivale a uma subida de 1,6%. Desde o dia 6 de Abril que não se registava um aumento tão baixo do número diário de mortes. Há 25.045 casos registados, 540 identificados nas últimas 24 horas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 2,2%, de acordo com os dados do último boletim epidemiológico da DGS.
Os números, divulgados esta quinta-feira, dão conta de 968 pessoas internadas (menos 12 do que nesta quarta-feira), das quais 172 estão nos cuidados intensivos (mais três do que no dia anterior).
Durante a conferência de imprensa desta quinta-feira, António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, avançou que a taxa de letalidade global da doença é de 3,9% e a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 14,1%. As pessoas em tratamento no domicílio representam 86,1% dos casos confirmados — a percentagem em internamento é de 3,9%, 0,7% desta nos cuidados intensivos e 3,2% em enfermarias.
Ainda segundo o boletim da DGS, há 3794 pessoas a aguardar resultado laboratorial e 29.467 estão sob vigilância das autoridades de saúde. O número de pessoas recuperadas subiu para 1519 (mais 49 que no dia anterior). Uma pessoa é considerada “curada” depois dois testes negativos.
Das 989 vítimas mortais, 668 estavam acima dos 80 anos. O relatório dá ainda conta da morte de 225 pessoas que tinham entre 70 e 79 anos; 87 com idades entre os 60 e 69 anos, 29 pessoas entre os 50 e os 59 anos, e ainda dez pessoas entre os 40 e os 49 anos.
Dos 25.045 casos confirmados, 3918 foram detectados em cidadãos acima dos 80 anos, 2217 em pessoas entre os 70 e os 79 anos, 2919 em pessoas entre os 60 e os 69 anos, 4253 em cidadãos entre os 50 e os 59 anos, 4208 em pessoas entre os 40 e os 49 anos e 3488 casos em pessoas entre os 30 e os 39 anos. Há ainda a destacar os casos confirmados na faixa etária dos 20-29 anos (2892), nas pessoas entre os 10 e os 19 anos (748) e na faixa etária dos 0 e dos nove anos (402).
A região Norte continua a ser a que concentra o maior número de casos, com 15.090 pessoas infectadas e 566 óbitos. A segunda região mais afetada é a de Lisboa e Vale do Tejo, com 5815 casos confirmados e 119 vítimas mortais. A região Centro acumula 3389 casos confirmados e 198 mortes, ultrapassando assim a região de Lisboa e Vale do Tejo em número de mortes. O Alentejo regista, até ao momento, 207 casos confirmados e uma morte. A região do Algarve soma 331 casos confirmados e 13 mortes. Os Açores (127 casos e 12 mortes) e a Madeira (86 casos e zero mortes) são as regiões menos afetadas.
Lisboa voltou a ser o concelho com maior número de casos (1465), seguido de Vila Nova de Gaia (1374) e do Porto (1219).
Os infectados por concelho podem ser mais do que os registados no boletim, uma vez que os números são os do SINAVE – Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, que correspondem a 85% dos casos confirmados.
Nesta quarta-feira, Portugal tinha registado um total de 973 mortes e 24.505 casos de infecção.
“A epidemia felizmente não está a crescer”
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou esta quinta-feira, durante a conferência de imprensa diária sobre a pandemia de covid-19, que “a epidemia felizmente não está a crescer”. “Todos os dias temos casos, mas a curva, apesar de ter altos e baixos, se traçássemos uma linha, tem uma tendência decrescente”, notou.
Graça Freitas sublinhou que é necessário “haver um equilíbrio entre a dinâmica da epidemia e a dinâmica do desconfinamento” e que “mesmo desconfinando, temos que continuar a observar novas regras de prevenção e controlo da infecção”.
Neste sentido, a diretora-geral da Saúde lembrou que é essencial haver uma “capacidade de monitorizar, medir e observar qual vai ser o impacto do desconfinamento”, tal como se fez quando as medidas de confinamento foram impostas. “Semana a semana, vamos ver que medidas de desconfinamento se tomaram, analisar os movimentos populacionais e o comportamento da população e ver qual o impacto dessa alteração social e económica nas curvas epidemiológicas e nos indicadores de saúde”, disse.
Já o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, sublinhou também que “o levantamento do estado de emergência obriga-nos ainda a estar mais alerta” e que é essencial manter cuidados como a etiqueta respiratória e a lavagem frequente das mãos.
A DGS revelou que está a preparar uma norma específica para as creches — que vão abrir já a 18 de Maio, com o pré-escolar e os ATL a abrirem a 1 de Junho. “Estamos a planear uma norma específica para minimizar o risco com crianças tão pequenas, que têm que ser sempre vigiadas por adultos para obedecerem a regras mínimas de higiene”, disse a diretora-geral da Saúde.
Durante a conferência de imprensa, Graça Freitas revelou também que serão “dadas orientações sobretudo no sentido da utilização de máscaras certificadas” e que será lançada, em breve, uma campanha nacional sobre o uso correto de máscaras, tendo apelado aos portugueses que “utilizem máscaras comunitárias que tenham sido submetidas a certificação” e sigam “as instruções dos fabricantes”.
“Abril foi um mês decisivo”
O secretário de Estado da Saúde lembrou que “Abril foi um mês decisivo na nossa resposta à pandemia e que Maio será “determinante”. António Lacerda Sales revelou ainda que “desde 1 de Março, foram realizados mais de 396 mil testes diagnóstico, 80% dos quais em Abril”.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, o stock nacional de testes de diagnóstico à covid-19 permanece acima de um milhão, depois de terem sido distribuídos 328 mil às administrações regionais de saúde.
