O PSD Gaia reuniu-se no dia 25 de outubro, com o Conselho de Administração da Metro do Porto SA para se inteirar e discutir, entre outras matérias, sobre o projeto de prolongamento da linha Amarela até ao Hospital de Gaia e a construção da nova linha Rubi onde está prevista uma nova travessia do rio Douro e o consequente estudo de impacto ambiental, recentemente apresentado. Foi emitido um comunicado pelo PSD relativo a este encontro que reproduzimos na íntegra.
COMUNICADO
Os dirigentes e autarcas do PSD Gaia – Rui Rocha Pereira, presidente da Comissão Política e Alexandre Pinto, da mesma direção e Cancela Moura, 1.º Vereador eleito na Câmara Municipal – tendo em conta a prioridade que conferiram à agenda das políticas públicas de mobilidade e transportes, reuniram durante a manhã do dia 25 de outubro com o Conselho de Administração da Metro do Porto, SA, para se inteirarem de viva voz sobre o prolongamento da linha Amarela até ao Hospital de Gaia e a construção da linha Rubi, onde se inclui uma nova travessia do rio Douro e o estudo de impacto ambiental, recentemente apresentado.
A administração do Metro do Porto fez saber que em breve promoverá sessões públicas de apresentação da Linha Rubi em Santo Ovídeo, Arrábida e nas Devesas, no âmbito da consulta pública do projeto, cujo início se prevê para meados de 2023, mas sobretudo para partilhar informação com a sociedade civil.
A construção da nova estação de metro nas Devesas, crê-se poder ser uma peça chave para reduzir a pressão dos utentes da ferrovia que se avoluma na estação de General Torres, uma vez que há uma significativa percentagem de passageiros cujo destino é a Casa da Música e que, com o recurso à nova Linha Rubi, encurtará o tempo de viagem e a necessidade de transbordo na Trindade. A Linha Rubi espera-se que altere a dinâmica de mobilidade em Santa Marinha, nomeadamente Candal e Coimbrões e Mafamude, o que implicará também ajustamento na atual estrutura de oferta de transportes públicos rodoviários, que se espera seja mais ágil e eficiente. Espera-se que, a profunda alteração funcional da Rotunda Eng.º Edgar Cardoso, permita criar um novo paradigma na mobilidade, com o aumento dos utilizadores dos transportes públicos e uma redução significativa do tráfego rodoviário na ponte da Arrábida, face à construção, naquela estação, de um parque de estacionamento de 500 lugares.
A construção da linha Rubi obrigará a demolição de uma dezena de imóveis, no quarteirão contíguo à Igreja de Santo Ovídio, situação que irá ocorrer também, ainda sem grande informação, na VL8, fruto dos alinhamentos impostos pela implementação do traçado, situações sobre as quais suscitamos justificadas preocupações do PSD. A administração da Metro do Porto reconhece que as demolições serão uma parte mais complexa e delicada do processo e que pretende dirimir estas questões por mútuo acordo, sobretudo em Santo Ovídio, onde se prevê que haja uma necessidade de área mais expressiva. Um dos motivos avançados para o timing da divulgação de eventuais expropriações prende-se, segundo a opinião da empresa, com a tentativa de evitar a especulação imobiliária nas imediações da nova linha.
Outra das preocupações manifestadas pelo PSD foram as estruturas de apoio para os utilizadores do Metro, nomeadamente a falta de aparcamento, quer na estação de Manuel Leão, quer sobretudo em Vila d’Este, uma opção da administração que nos suscita muitas reservas, tendo em conta as deslocações diárias e os movimentos pendulares desde o interior sul do concelho.
No primeiro caso, a empresa espera resolver o problema com os cerca de 400 lugares do parque atual, cedidos pela Confraria do Monte da Virgem, onde será construída a estação de Santos Silva. No segundo caso, a administração diz ter sido mesmo opção não construir parque de estacionamento, tendo em conta a pré-existência de mais de 15 000 novos clientes residentes na urbanização e por entender que, numa relação de proximidade, o parque de Santos Silva resolverá a procura. Esta solução suscita-nos reservas, na medida em que muitos potenciais utentes, oriundos do interior do concelho poderão não ter opção, uma vez que toda a envolvente do Hospital Santos Silva, é um espaço já, habitualmente, muito congestionado.
Ao invés, a decisão da empresa, por razões de ganho de escala, foi a de instalar em Vila d’Este, uma unidade industrial, para aparcamento e manutenção do material circulante, para substituir as atuais instalações, em Guifões, que são propriedade da IP.
Uma preocupação central que reclamamos junto da empresa, foi a sobrelotação e o congestionamento da linha Amarela – as carruagens já estão completamente lotadas na estação Câmara Municipal – tendo a Metro do Porto informado estar a ultimar uma intervenção técnica na estação do Hospital de S. João e uma ampliação da potência de tração, que permitirá, em breve, aumentar o número de circulações de 12 para 16, por hora.
Vila Nova de Gaia, 26 de outubro de 2022
Henriqueta Antunes | Secretário da CPS/PSD Gaia