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Museu Judaico abre portas a 1000 alunos

Dada a importância sócio-histórica do tema em questão, o Terras de Gaia através duma nota de imprensa do gabinete Comunicação e Estratégia, vem dar conta de que o Museu Judaico do Porto assinalou o Dia Nacional da Memória das Vítimas da Inquisição, no passado dia 20 de março, abrindo portas a um milhar de alunos de escolas de todo o país. A iniciativa pretendeu antecipar a data oficial do Dia Nacional da Memória das Vítimas da Inquisição, 31 de março, que este ano acontece no domingo de Páscoa católica.

Com salas diversas dedicadas à história dos judeus no mundo e particularmente em Portugal, o Museu dedica uma atenção especial ao período inquisitorial e na própria sala de cinema mostram-se cenas impressionantes do filme “1618”, sobre a inquisição no Porto, o filme português mais premiado de sempre, em termos internacionais.

Entre outros objetos de valor e simbolismo, são exibidos a réplica de uma carroça-prisão do tempo da Inquisição e o famoso livro do século XVII “Sentinela Contra os Judeus, que afirma que estes têm uma cauda. O objeto mais destacado é um memorial, com quatro metros de largura e dois de altura, colocado na parte exterior do museu, que regista os nomes de 842 vítimas nascidas na cidade do Porto. Frades, freiras, nobres, advogados, feirantes, pobres e ricos, novos e velhos, todos nascidos na segunda maior cidade portuguesa, viram as suas vidas destruídas.

Cecília Cardoso, com 110 anos de idade, foi a mais velha cidadã do Porto a ser perseguida pela Inquisição que lhe imputava a prática de heresias judaizantes. Houve vítimas de idade muito inferior, incluindo uma criança de 10 anos, para além de diversos indivíduos da família Espinosa, que enfrentaram aquele tribunal religioso e seus métodos de tortura nos anos de 1544, 1620 e 1624. Pouco tempo depois, em Amesterdão, nasceu o famoso filósofo judeu Baruch Espinosa, filho de pais que haviam abandonado Portugal em busca de um local seguro.

O diretor do Museu Judaico do Porto, Michael Rothwell, lembra que a inquisição portuguesa esteve ativa entre 1536 e 1821. “Foram quase três séculos em que se proibiu uma crença religiosa ou qualquer aparência com ela. Não houve na história da humanidade, em continente algum, uma perseguição tão sistemática e duradoura devido a uma causa tão inocente”, sublinha.

O Museu Judaico do Porto, inaugurado em junho de 2019, está sempre aberto para escolas e para a comunidade judaica nacional e internacional. Por razões de segurança o seu funcionamento e abertura ao público em geral tem sido gerido com muito cuidado.

A par do Museu Judaico, a Comunidade Judaica do Porto possui também um museu do Holocausto, que foi inaugurado em dezembro de 2020. “No museu do Holocausto, recebemos cerca de 150 mil adolescentes de escolas de Portugal nos últimos três anos, o que corresponde a cerca de 15% da população adolescente do país” estima Rothwell.

Redação Terras de Gaia
Redação Terras de Gaiahttps://terrasdegaia.pt
O Terras de Gaia está ao serviço do concelho de Gaia, apostando em reforçar a identidade histórico-cultural do espaço geográfico onde está implantada e atua., comprometendo-se a informar com rigor e verdade.
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