Contratos baseados em performance transferem risco para prestador de serviço garantindo benefícios económicos e financeiros, sociais e ambientais.
16 de junho de 2020 – O grupo INDAQUA, o maior operador privado nacional na gestão de água e saneamento, acaba de ganhar mais um contrato de eficiência hídrica por performance, modelo contratual inovador no setor da água em Portugal que prevê uma remuneração proveniente das poupanças geradas para o cliente, com base na efetiva eficiência conseguida na redução de perdas de água.
O contrato, celebrado entre as Águas de Gaia e a INDAQUA, em consórcio com a SUEZ, terá a duração de 5 anos e prevê a implementação de medidas conducentes à redução da Água Não Faturada (ANF) para menos de 20% e das perdas para valores da ordem dos 10% e com previsão de ganhos líquidos acumulados para as Águas de Gaia superiores a 2 M€.
“O nosso know-how e excelência na redução de perdas de água, cujo desempenho se situa, em todas as nossas concessões, ao nível dos melhores do mundo – e área em que a Miya, nosso acionista, é uma referência global – permitem-nos oferecer a todas as entidades gestoras este tipo de serviço, num setor em que o país apresenta resultados muito aquém dos esperados”, afirma Enrique Castiblanques, CEO do grupo INDAQUA.
A este junta-se o expertise da SUEZ, um grupo de referência global em produtos e serviços para a gestão da água, atuando no âmbito municipal, bem como nos setores industrial e agrícola. Líder em soluções tecnológicas que permitem otimizar a pegada hídrica, através de inovação, economia circular, promoção do diálogo e da colaboração, a SUEZ reforça assim o seu contributo para o desenvolvimento sustentável nas comunidades onde está presente.
Este novo modelo de contrato, que se junta aos anteriormente celebrados pela INDAQUA com o município da Maia e com a ADRA (municípios da região de Aveiro), irá contribuir para a estratégia das Águas de Gaia nesta matéria. Os ganhos em eficiência na gestão das redes traduzem-se em vantagens imediatas para a Entidade Gestora ao nível da sustentabilidade financeira e ambiental, mas também para os consumidores, ao nível da qualidade da água fornecida e na fiabilidade do serviço.
Com esta abordagem contratual, que se traduz numa verdadeira parceria, outros municípios podem atingir igualmente níveis de eficiência significativos, superiores à média nacional, reduzindo drasticamente as suas perdas de água e diminuindo os custos associados, como um meio para alcançar a sustentabilidade do serviço prestado.
De salientar que as perdas de água continuam a ser a principal fonte de ineficácia das entidades gestoras de redes de abastecimento de água no serviço público, facto com implicações muito negativas na eficiência e na qualidade do serviço prestado aos utilizadores. “Por este motivo, acreditamos que venham a surgir mais concursos públicos que promovam este modelo contratual”, sublinha o mesmo responsável.
No serviço adjudicado pelas Águas de Gaia, para além do estudo e implementação de trabalhos de engenharia para redução de ANF, está prevista a construção dos elementos inerentes ao zonamento de redes, controlo de pressões, substituição de contadores e demais trabalhos de engenharia, pesquisa e monitorização.
A este propósito é relevante recordar que em 2018 a média nacional das perdas de água manteve-se próxima dos 30%, pelo oitavo ano consecutivo, enquanto que nas concessões da INDAQUA foi possível contrariar esta tendência, atingindo-se níveis e perdas abaixo dos 20%, pelo quinto ano consecutivo, que chegaram aos 14% em 2018, isto é, menos de metade da média nacional. Isto significa que, se o país tivesse o mesmo nível de desempenho (perdas globais da ordem dos 15%) não teriam sido perdidos, só nesse ano, 123 milhões de m3 de água e haveria um ganho económico global (correspondente à redução de perdas reais e perdas comerciais) na ordem de 150 M€ por ano – o suficiente para construir cerca de 2.000 km de rede