A associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) fez e continua a fazer pressão para a “reabertura urgente” das discotecas e bares noturnos, que continuam encerrados e “em grave crise”.
O ‘Guia de Boas Práticas’ que a AHRESP finalizou para as discotecas e bares poderem reabrir, tal como fez anteriormente com os restaurantes, foi pensado de modo a servir de base às orientações específicas da Direção-Geral da Saúde (DGS), e para ser validado por este organismo e também pela ASAE, entidade responsável pela fiscalização.
As discotecas e bares são consideradas estabelecimentos de restauração, além de incluírem pistas de dança, pelo que em muitos dos seus espaços as indicações da AHRESP não fogem muito das normas de distanciamento social e de higienização que foram seguidas nos restaurantes, a par de recomendações de pagamento sem contacto, etc.
Eis algumas regras:
SÓ UM DJ NA CABINA DE MÚSICA
Nas pistas de dança, é apontado pelo guia da AHRESP, que estas devam ser marcadas no chão com quadrados de 2,25 metros quadrados, de forma a que as pessoas mantenham distância entre si, mesmo movimentando-se ao som da música.
As áreas de dança não devem ter divisórias de qualquer tipo, e na cabina de música só deve estar um DJ de cada vez, segundo propõe o documento enviado pela AHRESP ao Governo. Mas abre-se a possibilidade de estar mais do que um DJ, embora tendo de se desinfetar o espaço entre cada utilização.
Sempre que não for possível manter o distanciamento social de dois metros nas zonas de dança “entre DJ, seguranças e demais pessoas”, deve-se usar máscara de proteção, aponta ainda o guia da AHRESP que vai ser estudado pela DGS.
Segundo frisa este organismo, o “encerramento da “noite” e dos seus estabelecimentos está a tornar-se insustentável para as empresas”, um sec tor que está a passar por uma situação de extrema gravidade” e “um dos poucos que ainda se mantém encerrado por diploma legal, tendo sido aquele que primeiro encerrou, mas que tem todas as condições para poder reabrir em segurança”.
O encerramento das discotecas tem tido efeitos perversos para a própria situação pandémica, conforme enfatiza a AHRESP, como fomentar “festas ilegais” e concentrações de grupos grandes de pessoas sem qualquer controlo sanitário, sendo preferível que estes estabelecimentos reabram para as pessoas se poderem juntar com regras. Para o regresso das discotecas, a AHRESP chegou a propor anteriormente que não se permitisse a entrada a clientes com mais de 60 anos, o que acabou por não ficar plasmado no guia de boas práticas apresentado à DGS.
Este guia entregue ao Governo “resultou de um processo muito participado, entre a AHRESP e os empresários da Animação Noturna de todo o país, que tem vindo a decorrer desde o início da pandemia”, enfatiza ainda a associação. O guia inclui recomendações às discotecas numa série de frentes para lidar com a Covid-19, desde re gras de controlo de entrada, limpeza e desinfeção, para confeção de alimentos ou servir bebidas, além de bengaleiros ou estacionamentos.
MARCAÇÃO PRÉVIA NAS DISCOTECAS “SEMPRE QUE POSSÍVEL”
“Os estabelecimentos de animação noturna, por serem frequentados e expostos a várias pessoas, e de forma continuada, podem contribuír para a transmissão indireta do vírus”, reconhece a AHRESP neste guia de boas práticas para as discotecas, onde são contempladas medidas de higiene apertadas, como ter de desinfetar “superfícies mais tocadas pelas pessoas pelo menos seis vezes ao dia”, designadamente balcões, corrimãos, puxadores ou torneiras, medidas também aplicáveis aos restaurantes.
Todos os colaboradores e clientes devem usar máscara de proteção, cobrindo boca e nariz de forma adequada, obrigação que é dispensada “quando o seu uso é impraticável”, como por exemplo comer ou ingerir bebidas.
É recomendado que as pessoas façam marcação prévia “sempre que possível” ao ir a discotecas e bares noturnos.Utilizar “preferencialmente espaços exteriores, como esplanadas” é outra recomendação da AHRESP às discotecas, devendo aqui também serem cumpridas as mesmas regras de segurança que nos espaços interiores. É frisado que a circulação para as casas-de-banho devem ocorrer “em circuitos com distância adequada”, e os lavatórios devem estar acessíveis sem terem de se manipular portas.
Organizar as entradas de acesso às discotecas é outro aspeto enfatizado, e segundo o guia da AHRESP o processo deve ser assegurado por “vigilantes, que devem usar máscara e mecanismos de distanciamento como fitas de segurança e instalação de barreiras físicas”.