No dia dedicado à homenagem aos mortos, em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, quem rumou aos cemitérios cumpriu as regras que a covid-19 impôs. Não houve abraços. Só olhares cúmplices entre famílias “vizinhas” de jazigo.
“O meu mais novo veio e já foi. Tem de ir a outro [cemitério] onde está a família da mulher. O que mora em Barcelos não pode vir este ano. Não dá para passar com o carro”, descreve Maria José Silva, 80 anos, residente em Santa Marinha, no concelho de Gaia.
Foi a “vizinha de jazigo” que lhe arranjou a campa do marido e dos sogros porque os joelhos já não permitem que se baixe e os filhos pediram que se mantenha por casa. “Mas faltar? Hoje. Nunca”, garantiu.
Ontem, feriado do Dia de Todos os Santos, no qual é tradicionalmente celebrado, por antecipação, o Dia dos Fiéis Defuntos, em Vila Nova de Gaia, os cemitérios estiveram abertos das 07:30 às 19:30.
Ao horário alargado, juntaram-se regras sanitárias como o uso de máscara, os circuitos de entrada e saída e a proibição de permanecer mais de 45 minutos no interior.
Para prevenir ajuntamentos, à porta há polícia e as celebrações religiosas foram canceladas.
Fonte: Agência Lusa