Variante Ómicron atinge prevalência de 82,9% em Portugal

A prevalência da variante Ómicron do Covid-19, já dominante em Portugal, atingiu, a meio desta semana, os 82,9%, revela o último relatório de monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19. Os dados foram esta sexta-feira divulgados pela Direção-Geral da Saúde e pelo Instituto Ricardo Jorge, que alertam para os “sinais de pressão” na capacidade de rastreamento de contactos de casos de covid-19.”A monitorização em tempo real de casos prováveis da variante Ómicron através da falha na deteção do gene S mostra um aumento muito acentuado da circulação desta variante a partir de dia 6 de dezembro de 2021. A variante Omicron é já dominante em Portugal, tendo uma proporção de casos estimada de 82,9 por cento no dia 29 de dezembro de 2021″, lê-se no relatório do INSA agora divulgado.

De acordo com o documento, a variante Ómicron, deteta em Portugal pela primeira vez na semana de 22 a 28 de novembro, tem tido um “crescimento exponencial” e já é dominante em todo o território.

O relatório de “Monitorização das linhas vermelhas para a covid-19” indica ainda que a incidência em Portugal tem uma “tendência fortemente crescente” e que todas as regiões apresentam um índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus superior a 1.

“A 28 de dezembro de 2021, a incidência cumulativa a 14 dias foi de 1 206 casos por 100.000 habitantes em Portugal, indicando uma intensidade muito elevada e com tendência fortemente crescente”, avança o relatório, acrescentando que se verificou uma “tendência estável na região do Algarve e a tendência fortemente crescente nas restantes regiões”.

“No caso da região do Alentejo foi ultrapassado o limiar de 480 casos por 100.000 habitantes e nas restantes regiões foi ultrapassado o limiar de 960 casos por 100.000 habitantes”.
É também referido que há “uma tendência crescente da incidência cumulativa a 14 dias em todos os grupos etários”, mas que o grupo etário com incidência cumulativa mais elevada foi o dos indivíduos entre os 20 e 29 anos (2.327 casos por 100.000 habitantes)”.
Quanto ao número de reprodução efetivo, R(t), calculado por data de início de sintomas, para o período de 22 a 26 de dezembro de 2021, “foi de 1,35 (IC95%: 1,33 a 1,37), a nível nacional e 1,36 (IC95%: 1,34 a 1,38) no Continente.

“Observou-se um valor de R(t) superior a 1 em todas as regiões, o que indica uma tendência marcadamente crescente da incidência de infeção por SARS-CoV-2 / Covid-19”.

Verifica-se que “o R(t) aumentou em todas as regiões: Norte passou de 1,08 para 1,40; Centro passou 0,99 para 1,18; Lisboa e Vale do Tejo passou de 1,22 para 1,42; Alentejo passou de 1,08 para 1,28 e Algarve passou de 0,97 para 1,06”.
Internamentos com tendência estável

De acordo com as “linhas vermelhas”, nos últimos sete dias foram realizados mais de 1,5 milhões de testes da covid-19, enquanto na semana anterior tinham sido feitos cerca de 1,2 milhões de despistes. De 22 a 28 de dezembro, 61 por cento dos casos notificados foram isolados em menos de 24 horas, quando na semana anterior este valor estava nos 84 por cento.

Além disso, 39% de todos os casos notificados tiveram todos os seus contactos rastreados e isolados em 24 horas, avança a análise de risco das autoridades de saúde, que refere que, nos últimos sete dias, estiveram envolvidos diariamente no rastreamento, em média, 638 profissionais a tempo inteiro, mais 148 do que na semana anterior.

“A capacidade de rastreamento de contactos de casos revela sinais de pressão”, alerta o documento.

O relatório do INSA refere ainda que, embora o número de casos positivos confirmados tenha aumentado, “o número de casos de covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no Continente revelou uma tendência estável, correspondendo a 59 por cento (na semana anterior foi de 61 por cento) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas”.

Na última semana, o número de doentes internados em UCI “apresenta uma tendência estável (-3 por cento em relação aos 7 dias anteriores)” e a “região do Centro é aquela que apresenta maior ocupação em UCI (acima do limiar de alerta definido), seguida das regiões do Algarve e Norte”.

O grupo etário com maior número de casos de internamentos em UCI é o dos 60 aos 79 anos, “no qual se observa uma tendência estável desde as últimas semanas de novembro”. Também a a mortalidade devido à covid-19 (21,1 óbitos em 14 dias por 1.000.000 habitantes) “apresenta uma tendência estável”, embora revele “um impacto elevado da pandemia na mortalidade”.

kjhg