“Hoje abandonei as minhas funções no Boavista, após um atentado à minha integridade física na passada quinta-feira, durante o treino da equipa, por adeptos do clube e já depois de sucessivas ameaças”, lê-se em comunicado emitido pelo ex-defesa-central.
Ricardo Costa, de 39 anos, retirou-se dos relvados em agosto de 2020 para substituir o antigo avançado senegalês Fary Faye como diretor desportivo do Boavista, após uma profunda remodelação estrutural do emblema campeão nacional em 2000/01 no defeso.
“Não reúno mais condições para continuar no cargo. Desejo o melhor à equipa técnica, aos meus atletas e ao clube, pelo qual sempre tive grande estima e respeito”, concluiu o dirigente, substituído por Fary Faye, que manterá as funções de diretor-executivo.
Contactada pela agência Lusa, fonte da administração liderada por Vítor Murta frisou que “o Boavista condena e continuará a condenar todo e qualquer ato de violência”, agradecendo “todo o empenho, profissionalismo e dedicação” de Ricardo Costa.
Natural de Vila Nova de Gaia, o ex-defesa formou-se entre o Valadares e o Boavista e alinhou pelos alemães do Wolfsburgo, os franceses do Lille, os espanhóis do Valência e do Granada, os cataris do Al-Sailiya, os gregos do PAOK e os suíços do Lucerna.
Além de ter sido campeão germânico em 2008/09, Ricardo Costa conquistou quatro campeonatos, três Taças de Portugal, quatro Supertaças Cândido de Oliveira, uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões e uma Taça Intercontinental pelo FC Porto (1999-2007).
O campeão europeu sub-18 em 1999 e vencedor do Torneio de Toulon em 2001 regressou ao futebol luso em 2017/18 e cumpriu duas temporadas no Tondela, antes de ‘pendurar as chuteiras’ com um golo em 32 aparições ao serviço do Boavista.
Ricardo Costa será substituído por Fary Faye, que jogou pelo clube do Bessa em duas ocasiões (2003-2008 e 2011-2015) e assumiu funções mais próximas da administração liderada por Vítor Murta no verão, depois de cinco épocas como diretor desportivo.