A obra de reabilitação dos 17 quilómetros de orla ribeirinha deverá ficar totalmente pronta em 2022, de acordo com o presidente da Câmara Municipal. Atualmente, segundo Eduardo Vítor Rodrigues, está concluída a intervenção em cerca de 75% do total da extensão da frente fluvial do rio Douro em Gaia. “Tecnicamente parece apenas a construção de um passadiço, mas é muito mais do que isso. Isto inclui reabilitação e requalificação de bermas do rio e a possibilidade de, em muito casos, podermos atenuar os impactos das cheias, porque houve uma reposição de muros”, descreveu.
Em causa, no total, está um investimento de 13,5 milhões de euros que o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, visitou a 15 de maio, a convite do autarca. Numa viagem que se iniciou de barco, o governante esteve acompanhado pelo vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Pimenta Machado, e de representantes de outras entidades. A primeira paragem aconteceu em Oliveira do Douro, para o descerramento de uma placa evocativa da requalificação entre a ponte do Freixo e a Quinta dos Cubos. A viagem seguiu, depois, até Avintes, mais concretamente até ao cais do Esteiro, onde, em mais um momento simbólico, foi descerrada nova placa, esta para assinalar a requalificação, já concluída, entre a Quinta dos Frades e o areinho de Avintes.
A obra de requalificação da frente fluvial de Gaia teve início com a consolidação da escarpa da Serra do Pilar e vai prolongar-se até Crestuma e Lever, estando atualmente concluída até à zona de Arnelas. O objetivo, segundo Eduardo Vítor Rodrigues, “é dar nova vida à orla ribeirinha, tal como tem vida a orla marítima”. Este projeto resulta da soma de duas obras: a das Encostas do Douro, no valor de 10 milhões de euros, e a de consolidação da escarpa, orçada em 3,3 milhões.
Lembrando que já é possível iniciar uma caminhada na rua Cabo Simão e terminar no Cais do Esteiro, o presidente da Câmara Municipal destacou a forma como a paisagem “está a ser preservada”, nomeadamente os muros, que estão a ser intervencionados seguindo o modelo construtivo original, ou seja, “sem cimento, pedra sobre pedra, num trabalho quase artesanal”.
O ministro do Ambiente, por seu turno, fez questão de afirmar que “isto é muito mais do que a obra de construção de um passadiço”, salientando tratar-se de uma “obra magnífica”. Para Matos Fernandes, Gaia é “um grande exemplo de inovação” e “tem um papel justo na projeção do País”. O ministro aproveitou ainda para “convidar as pessoas a usufruírem mais das margens dos rios”, referindo que essa é até uma forma de prevenir problemas como descargas e poluição, porque “quem usufrui denuncia e a situação resolve-se”.