A elevada transmissibilidade da variante Ómicron vai levar a que Portugal “ultrapasse o seu recorde de infeções”, à semelhança do que está a acontecer no Reino Unido e em Espanha. Em entrevista ao Telejornal da RTP, a ministra da Saúde admite que “não se sabe a consequência da transmissão na severidade da doença”, por isso, foi necessário adotar medidas.
Marta Temido concedeu que algumas medidas do Governo podem soar “contraditórias” e anunciou a contratação de 400 camas a privados para fazer face a um possível aumento do números de hospitalizações.“Estamos a caminho de uma situação complexa e sobretudo com muita incerteza e desconhecimento associados”, alertou a ministra, referindo a “possibilidade de duplicação (do vírus) a cada dois ou três dias, segundo cenários diferentes”.
“O que mais todos queríamos perceber é qual é a consequência da transmissão em termos da severidade da doença. Como não sabemos isso, tivemos de adotar medidas”
Marta Temido admite que a barreira dos 16.432 casos, atingida a 28 de janeiro deste ano, pode ser superada “Podemos ultrapassar os recordes que já tivemos até agora porque (a elevada transmissibilidade) é uma característica desta variante”, afirmou Marta Temido em entrevista à RTP, apelando à prevenção e testagem.
Referindo que “não há números sobre os internamentos causados por esta variante”, Marta Temido sublinha que, com a Ómicron, mesmo fazer estimativas dos números de casos de infeção “pode ser artificial”.
“No caso desta variante tudo acontece depressa”, sublinhou a ministra, uma vez que um caso em final de Novembro, rapidamente se transformou em 2 por cento. “Ontem eram 46 por cento e deve chegar aos 50 por cento até ao Natal”.
