Livre quer carros a 30 km/h nas zonas residenciais e escolares em Gaia

Em Gaia há muitos acidentes rodoviários. Em 2019 houve mais 900 acidentes com vítimas em Gaia, com mais de mil feridos ligeiros. Isto é grave do ponto de vista direto na vida das pessoas, porque acaba por tornar o ambiente nas ruas muito mais hostil e perigoso para as crianças ou para os idosos e faz com que, quem pode, se refugie no carro e nas suas casas em vez de ocupar mais o espaço público”, sublinhou Ana Poças.

A cabeça de lista do Livre à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia pretende a implementação de um limite máximo de 30 km/h nas áreas mais centrais, à volta das escolas ou zonas residenciais.

“Há um dado básico, que é quando uma pessoa é atropelada a 50 quilómetros por hora, a probabilidade de morrer é cerca de 50%, mas quando é atropelada a menos de 30 quilómetros por hora a possibilidade de morrer é de apenas 5%”, salientou.

A investigadora salientou que as medidas a implementar devem passar por “mudanças estruturais nas vias”, como passadeiras elevadas ou estreitamento de vias que “asseguram mesmo que a velocidade vai ser limitada”.

“Se for seguro, é melhor para as pessoas andarem a pé ou de bicicleta”, disse. Ana Poças dedicou na manhã de ontem no contacto com a população junto às estações de metro na Avenida da República.

A candidata independente que concorre pelo Livre tem utilizado transportes públicos ou bicicleta para percorrer todas as freguesias do concelho e chamou ainda a atenção para a crise climática que considera ser “uma crise existencial para a humanidade”.

“Nós temos que seriamente, ambiciosamente e com coragem fazer um plano de como reduzir a nossa dependência de combustíveis fósseis, reduzir ao máximo e drasticamente as emissões de dióxido carbono e todas as organizações deviam estar a fazer planos sérios de como conseguir fazer isso”, alertou.

Ana Poças defende um plano de ação climática local que permita mudar a mobilidade no concelho, mas que vá para além disso.

“Também vamos ter que nos adaptar às alterações climáticas que já existem. Qual é o plano para uma maior resiliência alimentar? Não temos, e precisarmos de ser sérios a responder a esta crise porque senão não sei o que estamos aqui a fazer”, salientou.

Com o objetivo de atingir a neutralidade carbónica em Gaia até 2030, Ana Poças considera que tem que haver um plano na área da mobilidade, a nível da indústria e a nível da habitação, e que este não fique “na gaveta”.

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