Grupo cívico da Granja marca novo protesto para domingo contra obra da IP em Gaia

O movimento Cidadãos Praia da Granja, grupo este que tem vindo a contestar a obra da Infraestruturas de Portugal (IP) na Linha do Norte, marcou novo protesto para o próximo domingo, dia 10 de julho, revelou um dos representantes.

À agência Lusa, Daniel Ramos afirmou que “não nos vencerão pela passividade. Não desistiremos de lutar contra uma obra que tem um impacto tão negativo a nível paisagístico e patrimonial”.

Na página do Facebook deste grupo pode ler-se: “Juntem-se a nós, 11 horas este domingo em frente à estação da Granja. De negro em silêncio. Contra a destruição da nossa comunidade. O ministro [das Infraestruturas] Pedro Nuno Santos e as Infraestruturas de Portugal estão desde já convidados”.

Daniel Ramos descreveu à mesma fonte [Lusa] que “Em nome da mobilidade tem de existir uma solução melhor. São muitos os idosos e pessoas com mobilidade reduzida que utilizam a passagem, já para não falar de quem não tem problemas de mobilidade, mas se deparará ali com uma barreira arquitetónica. Além do lado funcional da obra, também está em causa a descaracterização da zona e a desvalorização patrimonial da envolvente”

Em causa está o projeto que a IP tem vindo a implementar ao longo do troço ferroviário da Linha do Norte entre Espinho (distrito de Aveiro) e Vila Nova de Gaia, que inclui a colocação de separações acústicas, reformulação de apeadeiros e construção de passagens pedonais superiores para substituir as atuais.

Esta obra já originou queixas apresentadas por movimentos cívicos locais junto do Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, bem como ao Ministério Público e ao Provedor da Justiça Europeu, com o argumento de mau uso de fundos comunitários.

Na assembleia municipal de Gaia de 28 de junho, o presidente da Câmara, Eduardo Vítor Rodrigues, afirmou que deverá ser fechado até 31 de julho um protocolo “de alto nível” sobre as passagens superiores da Granja e da Aguda.

Segundo o Presidente da Câmara de Gaia, o objetivo do protocolo, a assinar “pelo senhor ministro” da tutela, Pedro Nuno Santos, é “outorgar politicamente” a solução para a travessia da Linha do Norte.

A 14 de abril, em resposta à agência Lusa, a IP afirmou que a construção de uma passagem inferior pedonal compõe “maior risco à segurança dos utentes […] A criação de uma passagem inferior pedonal não asseguraria condições de visibilidade do exterior para o interior da passagem, o que constitui um maior risco a segurança dos utentes, e, em caso de falha de fornecimento de energia ao sistema de bombagem, ficaria impedido o acesso dos passageiros à plataforma central e a evacuação dos mesmos em casos de emergência e socorro”, referiu a IP.

Sobre esta argumentação, o grupo Cidadãos Praia da Granja garante ter “informações e pareceres contrários” Daniel Ramos salientou que “Nós percebemos a questão da segurança, mas uma passagem inferior teria viabilidade técnica e um impacto menos negativo”

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Fotografia: Lusa