Gaia vai ter balcão único virtual para o investimento

Apesar da covid, há um número crescente de empresas, nacionais e estrangeiras, que procuram Vila Nova de Gaia para se instalar e o município está a preparar uma estrutura que dê resposta a esse “relançamento económico” pós-pandemia. Até ao final do mês, a Câmara de Vila Nova de Gaia apresentará o seu plano estratégico para a atratividade económica, com o qual pretende promover o crescimento, o investimento e a sustentabilidade. E pôr em prática, a nível local e de forma “costumizada à sua realidade”, as linhas gerais Plano de Recuperação e Resiliência nacional. A criação de um balcão único virtual para o investimento, centralizando todos os contatos necessários com os vários serviços e entidades para os licenciamentos e outras necessidades, é uma das medidas previstas.

Alemães, israelitas, chineses e espanhóis são as nacionalidades com maior peso no investimento direto estrangeiro no concelho. Desde 2017, Vila Nova de Gaia já recebeu “bem mais de 500 milhões de euros” de investimento global, maioritariamente estrangeiro, explica o presidente da Gaiurb e da Inovagaia, António Miguel Castro.

Com 34 mil empresas registadas em Vila Nova de Gaia, das quais 11 mil são unipessoais, o município, que é o terceiro maior, em termos de população, do país, conta com um tecido económico “muito disperso, mas também muito diversificado e complementar”. Muito centrado nos serviços e na indústria, embora, nos últimos anos, o turismo tenha vindo a ganhar expressão. E há 20 novos hotéis previstos, oito dos quais no centro histórico, e mais dois à cota alta. O mais recente dos quais é um de 5 estrelas do grupo Sana que vai criar 100 novos postos de trabalho e foi anunciado na semana passada.

Mas nem só de hotéis é feito o investimento em Vila Nova de Gaia. Na verdade, António Miguel Castro sublinha que a “dinâmica e atratividade do território” se traduz num “elevado número de processos” de licenciamento, muitos dos quais já com licença de construção. “Continuamos a ter uma enorme procura na área da logística e indústria”, sustenta.

Mesmo com a pandemia, a procura manteve-se, com a dinâmica de licenciamento e atividades de urbanismo a registar, em 2020, uma quebra inferior a 5%. E em janeiro de 2021 já sem quebra. A política de isenção de taxas que a câmara implementou também deu uma ajuda.

“Temos uma expectativa muito positiva da recuperação e pretendemos, com este plano estratégico, dar sinais positivos e que ajudem à retoma da confiança. Vamos estar muito focados no crescimento e no emprego”, diz António Miguel Castro.

Outra das novidades no concelho é a parceria com os CTT e o marketplace que a empresa criou para apoio ao comércio local. O objetivo é assegurar a presença digital de comerciantes locais e pequenos produtores em tempo de confinamento, mas a intenção é que a iniciativa, batizada como “Gaia e-local“, se mantenha além da pandemia como um suporte permanente à atividade comercial.

António Miguel Castro gostaria de envolver, numa primeira fase, mil pequenos negócios nesta plataforma de e-commerce, número que pode duplicar se o interesse dos operadores o justificar.

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