A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) vedou e interditou o local arqueológico situado no interior do recinto onde se vai realizar o Festival Marés Vivas, local que será vigiado “em permanência” por seguranças.
Em resposta enviada à agência Lusa, a DGPC relata que “pese embora a tutela do património cultural não tenha emitido parecer prévio sobre a realização da iniciativa no local”, está a acompanhar a situação.
Ainda na mesma resposta, esta entidade conta que, “após o alerta”, técnicos da Direção Regional de Cultura do Norte e do município de Gaia visitaram o local “tendo sido determinada a vedação do sítio arqueológico com baias metálicas e sinalização de ‘interdita a passagem […] a área arqueológica encontra-se implantada junto ao muro do parque de campismo [da Madalena], numa área que não vai ser usada para o festival e onde irão estar seguranças em permanência, para evitar a transposição ilícita do muro e o acesso ao recinto do dos concertos”, lê-se na resposta.
O MEO Marés Vivas, festival agendado para 15 a 17 de julho vai realizar-se no antigo parque de campismo da Madalena, local este onde está identificada uma estação paleolítica com vestígios arqueológicos “com pelo menos mais de 300 mil anos”.
Na quinta-feira, em resposta à Lusa, a Câmara de Vila Nova de Gaia confirmou a existência de uma estação paleolítica no local e garantiu que esta está “obviamente devidamente protegida e salvaguardada nos instrumentos de planeamento”.
Referindo que o terreno em questão tem a área superior a 21 hectares, a autarquia disse que a estação paleolítica ocupa “uma pequena parte desse espaço […] as eventuais escavações serão definidas pelos proprietários e pela tutela, estando a Câmara Municipal interessada em que as mesmas se realizem. Note-se que a estação paleolítica convive, há décadas, com um parque de campismo e autocaravanismo, sem que alguma vez tenha sido posta em causa a estação”, lê-se na resposta escrita.