uma nota publicada na página do Conselho das Escolas, o órgão consultivo do Ministério da Educação diz concordar “globalmente” com as metas e medidas previstas no PRR no âmbito da Escola Digital, mas escreve também que é preciso clarificar, aprofundar e alargar as ações.
Entre essas ações, é referida, em concreto, a aquisição de computadores. Na versão preliminar e resumida colocada em consulta pública na semana passada, o PRR prevê a compra de 260 mil equipamentos para alunos e professores, um número que o Conselho das Escolas considera “insuficiente para as necessidades atuais e futuras”.
Por outro lado, aquele órgão propõe também um investimento em técnicos especializados que assegurem a manutenção dos recursos técnicos e uma estratégia que garanta a segurança digital nas escolas.
Relativamente à capacitação digital, é defendido o seu alargamento a todo o pessoal docente e não docente e a promoção da ação formativa dos centros de formação de associação de escolas.
“É necessária uma estratégia, e os correspondentes investimentos, capaz de valorizar a carreira docente e de atrair os jovens à formação profissional na docência, sob pena de o PRR, na componente da Escola Digital, perecer por falta de professores qualificados ou, simplesmente, por falta de professores”, acrescenta.
O Conselho das Escolas escreve ainda que a transição digital na Educação não pode extinguir-se em medidas diretamente relacionadas com o parque tecnológico e a capacitação digital, propondo que a modernização das instalações seja também um dos objetivos estruturais.
“Não bastará apostar-se na infraestrutura tecnológica sem a concomitante aposta na modernização das instalações e equipamentos escolares”, justifica.
O PRR, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, está em consulta pública até 01 de março e prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.
Para a transição digital nas escolas, o Governo reserva um investimento total de 559 milhões de euros com o objetivo de “criar condições para a inovação educativa e pedagógica através do desenvolvimento de competências em tecnologias digitais, da sua integração transversal nas diferentes áreas curriculares e da modernização do sistema educativo português”.