“No dia 28 de maio, os militantes do PSD são chamados a eleger o próximo presidente do partido. Uma eleição implica uma escolha, livre e consciente, que desta vez é mais pragmática do que ideológica.
Porque, mesmo que alguns teimassem em provar o contrário, o PSD lidera a denominada casa comum da direita tradicional, que reúne todos, desde a direita moderada até ao centro-esquerda. Dos conservadores, dos democratas-cristãos, dos liberais, dos sociais-democratas e de todos aqueles que não se identificam com o socialismo estatizante ou com a esquerda ortodoxa.
Porque, mesmo que alguns preferissem excluir, no PSD cabem todos. Os pequenos e médios empresários, os jovens, os profissionais liberais, mas também os operários, os funcionários públicos, os trabalhadores por conta de outrem e os sindicalistas.
Porque, mesmo que alguns tentassem fraturar, foi sempre nesta pluralidade ideológica que o PSD construiu o seu caminho de grande partido e de instrumento de transformação social, política e económica da sociedade portuguesa.
O PSD nunca quis ser, mesmo com Sá Carneiro, um partido à sombra de um homem providencial, nem pode depender, mesmo que alguns pretendessem, da vontade de um só homem. O PSD não é um partido de purgas, mas de causas. Não é um partido resignado a ser oposição, mas com uma forte vocação de poder, sempre o propósito e o bem maior de servir Portugal.
Neste sentido, e após ponderação pessoal, decidi apoiar o companheiro Luís Montenegro, com a legitimidade de quem já teve, no passado, opinião diferente, saudando-o sobretudo pela coragem para se disponibilizar para ser candidato num momento particularmente difícil.
Porque acredito que o Luis é o que melhor interpreta os desígnios de um PSD de trabalho, muito trabalho, coeso e com sentido de responsabilidade. De um PSD unido, que não unânime, porque pensar diferente não é, como foi no último ciclo interno, delito de opinião. Um PSD resiliente, porque o trabalho mais difícil está reservado para quem agora for eleito.
Porque acredito que o Luís se identifica com um regresso aos princípios fundacionais do partido e aquele que, de entre nós, tem as melhores condições para protagonizar uma oposição séria, responsável e combativa perante os desmandos governativos do PS, agora agravados pela tentação de uma maioria absoluta.
Porque acredito que o Luís, que conhece bem o partido, os militantes, os dirigentes e os autarcas do partido tem provas dadas e uma grande experiência política, pode liderar um projeto agregador e inclusivo, capaz de devolver a esperança e mobilizar os portugueses torno do PSD, na construção de uma verdadeira alternativa para Portugal.”
Esta foi a mensagem que Cancela Moura escreveu para as eleições para eleger o próximo presidente do partido.