Bienal de Arte de Gaia de 17 de abril a 20 de julho em Lever

A quarta Bienal Internacional de Arte de Vila Nova de Gaia, marcada para 17 de abril a 20 de julho, vai decorrer em três pavilhões de uma antiga fiação de Crestuma, em Lever, revelou a organização.

“Em termos de espaço esta bienal é a maior de sempre”, contou à agência Lusa o coordenador da iniciativa, Agostinho Santos, apontando que as várias iniciativas vão ser espalhadas por seis mil metros quadrados que se estendem por três pavilhões.

A decisão de alargar o espaço face à edição de 2019, que decorreu no mesmo local, prende-se quer com a situação atual, a pandemia da covid-19, quer com “o grande número de iniciativas e às centenas de artistas” e ao público que a organização desta bienal que decorre de dois em dois anos estima que marque presença.

“Temos de cumprir o distanciamento e a melhor forma é organizar as exposições de modo que não se ponha em causa a segurança das pessoas. A segurança das pessoas está em primeiro lugar. Estamos a viver uma situação de pandemia, mas também não nos podemos desviar dos objetivos: fazer uma bienal forte, com qualidade com o maior número de artistas dos mais conhecidos aos mais jovens”, referiu Agostinho Santos.

Outra das particularidades do espaço prende-se com o facto de a antiga fiação de Crestuma em Lever, concelho de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, ser um local “com tradição porque era um complexo industrial que esteve em laboração até anos 1970”, disse o diretor.

A Bienal Internacional de Arte de Gaia 2021 é organizada pela Artistas de Gaia — Cooperativa Cultural, CRL, com o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.

Pela primeira vez a iniciativa soma o apoio da Direção-Geral das Artes, algo que Agostinho Santos acredita que “traduz o reconhecimento pelo trabalho realizado desde 2015 até agora”.

“Somos a bienal mais jovem do país”, referiu o responsável, frisando que esta é uma “bienal de causas e que se preocupa com os outros”, razão pela qual decorre em Vila Nova de Gaia, concelho que segundo Agostinho Santos “é uma terra solidária”.

“Queremos desafiar cada vez mais artistas a questionarem a importância das suas obras. A arte não é só o belo. Os artistas também se preocupam com questões como fome, sem-abrigo, violência, paz, direitos humanos”, enumerou.

A quarta edição da Bienal Internacional de Gaia terá representadas “todas as expressões artísticas”, nomeadamente pintura, escultura, desenho, fotografia e cerâmica. Os homenageados são o pintor Albuquerque Mendes e o escultor Paulo Neves.

Entre as várias exposições também se destaca a “Novos Orientes”, com curadoria de Manuel Novaes Cabral, que junta fotografias e maquetas do projeto que Álvaro Siza Vieira e Carlos Castanheira apresentaram na China e que ganhou o prémio Archdaily, na categoria Cultural Architecture Building of the Year 2021.

À Lusa, Agostinho Santos também destacou o facto de uma das exposições programadas “partir de um desafio à Fundação de Serralves, uma das maiores se não a maior instituição de arte do país”, concluiu.

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