O principal acusado por roubar e provocar a morte a um homem de 84 anos negou hoje no Tribunal de Gaia intenção de matar, na reabertura de um julgamento que envolve mais 10 arguidos associados a assaltos.
A leitura do acórdão deste caso esteve marcada para a manhã de hoje, mas o coletivo de juízes de Vila Nova de Gaia adiou a decisão para o dia 21, optando por reabrir a audiência para clarificar contradições que diz ter sinalizado nos depoimentos sobre os crimes contra o octogenário, que o Ministério Público (MP) associa apenas dois dos 10 arguidos.
As contradições, que acabaram por subsistir, relacionavam-se nomeadamente com a aplicação à vítima do golpe de mata-leão, que estaria na origem da sua morte em momento posterior.
Sobre o seu envolvimento no caso, o alegado coautorafirmou: “Não sei onde tinha a cabeça, senti-me ameaçado”.
Já o principal arguido, sem negar a intenção de assaltar, desmentiu ter combinado aplicar um golpe de mata-leão ao octogenário, dizendo que frequentava habitualmente a casa da vítima e que, se tivesse intenções homicidas, não precisava de combinar nada com ninguém: “Se tivesse intenção de fazer qualquer maldade, fazia-o sozinho em casa dele”.
“Não fiz nenhum golpe de mata-leão”, acrescentou este arguido, que falava ao tribunal por videoconferência a partir do estabelecimento prisional de Monsanto.
Os restantes 10 arguidos do processo (oito homens e duas mulheres) estão associados pelo Ministério Público a duas dezenas de assaltos.
Os alvos do grupo foram 14 estabelecimentos comerciais, uma garagem de recolha de automóveis, uma associação, vários escritórios, um ‘stand’ de vendas e dois prédios em remodelação.
Ao todo, contas feitas pelo MP, foram consumados 19 assaltos consumados e foram tentados mais dois entre 24 de junho de 2019 e 24 de novembro.