António Oliveira desiste da candidatura à Câmara de Gaia

Segundo o semanário “Expresso”, na base da desistência esteve um conflito com Cancela Moura, presidente do PSD de Gaia, que queria ser o número dois na lista de vereadores à Câmara ou em alternativa ser candidato à liderança da Assembleia Municipal.

A renúncia terá sido anunciada esta sexta-feira, à tarde, ao líder do PSD, Rui Rio, durante uma reunião da Distrital do Porto.

Ainda de acordo com o semanário, a escolha de Oliveira para líder da Assembleia Municipal recaiu em António Montalvão Machado, advogado, antigo líder do grupo parlamentar do PSD e atual vice-coordenador do Conselho Estratégico Nacional (CEN).

Já em abril António Oliveira tinha dado sinais de descontentamento e ameaçou bater com a porta, ao sentir-se excluído na escolha da lista de candidatos em Gaia. Na altura, a comissão autárquica nacional do PSD convocou uma reunião e deu um voto de confiança ao candidato à presidência da Câmara.

Apesar desta garantia, e passados estes meses, o sentimento de Oliveira não mudou relativamente ao ordenamento da lista à vereação e à influência de Cancela Moura, o que levou à rutura.

“Sujeito a pressões, intimidações e ameaças”

Em nota citada pela RTP, Oliveira foi contundente com o aparelho social-democrata. “Ao longo de três meses fui sujeito a pressões, intimidações e ameaças. Tentaram impor-me o pior da ‘mercearia partidária’ e tentaram envolver-me nas mais inacreditáveis negociatas de lugares. Enfim, quiseram obrigar-me a empregar os beneficiários do rendimento mínimo da política”, diz.

“Não conheço este PSD que, em Gaia, está prisioneiro de quem só lhe faz mal, para fazer bem a si próprio. Não quis acreditar que fosse possível fazer política com base nos piores princípios da espécie humana. Mas, aqui, em Gaia, no meu partido de sempre, é o que se passa”, conclui.

Na nota refere tratar-se não de “uma desistência”, mas de “uma questão de higiene”, o que reafirma o clima de tensão com o presidente da concelhia do PSD e a sua renúncia às eleições para a Câmara. “Não quero, não posso e não aceito continuar a encabeçar esta candidatura”, deixa claro.

Em maio, sem a presença do candidato António Oliveira, mas com Cancela Moura, foi assinado um acordo de coligação pré-eleitoral com o CDS-PP e o PPM.

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