A Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN) acaba de apresentar os resultados do estudo «Desprende-Te!», uma investigação na área da inclusão, que contou com a participação de pessoas com deficiência, e que concluiu que, em Portugal, as acessibilidades continuam a ser um fator de exclusão social.
“Neste momento, já conseguimos analisar alguns dados que dão resposta à nossa pergunta de partida: «O que condiciona negativamente a inclusão social de pessoas com deficiência?». Com este estudo podemos refletir sobre as acessibilidades existentes a nível nacional e podemos concluir que, neste momento, a maioria das pessoas com deficiência ou algum tipo de incapacidade sente que as acessibilidades que existem atualmente não dão resposta às suas verdadeiras necessidades”, explica Joaquim Brites, presidente da APN.
E acrescenta: “Um fator que nos preocupa é que mais de 40 por cento dos inquiridos, mediante a sua experiência pessoal, não sentem recetividade por parte das empresas para a contratação de pessoas com deficiência e incapacidade. Outro aspeto que merece a nossa maior atenção é o facto de mais de 50 por cento referir que a sua entidade patronal não está devidamente adaptada às suas necessidades”.
Segundo o estudo é possível aferir que 56.1 por cento dos inquiridos não consideram acessível o acesso à informação sobre os seus direitos; e 60.1 por cento avançam que as respostas sociais existentes não se adequam às diferentes fases da sua vida ou evolução da doença, sendo que a maioria considera existir uma menor proteção social na área dos apoios financeiros.