Há dias no âmbito das comemorações da libertação do campo nazi de Auschwitz na Polónia, ouvi várias declarações dos poucos sobreviventes desse holocausto. Sabemos porque vimos imagens da época dos terríveis acontecimentos que por lá aconteceram com o extermínio de milhões de judeus, nas câmaras de gás e objeto das torturas mais inimagináveis do famoso “anjo da morte” Josef Mengele, mas ouvir de viva-voz algumas pessoas que passaram por isso deixa-nos perplexos, como é possível que tenha acontecido.
Hoje vivemos num mundo, como disseram esses sobreviventes, muito mais perigoso, com as guerras a decorrer nos mais variados cantos do mundo, particularmente às portas da Europa, na nossa vizinha Ucrânia invadida por Vladimir Putin, um tirano, ditador e na minha opinião um psicopata.
No entanto não é só Vladimir Putin que tem este comportamento. Verificamos o mesmo em
muitos outros líderes mundiais. Este ambiente de confrontação que se generaliza demonstra que a humanidade não aprendeu com o passado, continua a caminhar para o abismo.
Todos os líderes políticos particularmente os europeus começam a ter um discurso de preparação para uma eventual guerra, o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, que recentemente passou por Portugal recomenda a todos os governos pertencentes a esta organização que aumentem substancialmente o orçamento para a defesa.
Não sei se é inato ao ser humano esta predisposição belicista, não sou especialista, mas ao longo da história temos assistido a inúmeras guerras pelos mais diversos motivos, mas principalmente pela sede do poder.
Em governos com regimes autoritários e totalitários até podemos entender que haja essa ambição imperialista, mas julgo que tínhamos todos a convicção que as democracias eram espaços de diálogo, compreensão e de justiça social, no entanto verificamos que mesmo nestes espaços ditos democráticos começam a surgir líderes políticos com ambições duvidosas.
A Europa passou por duas guerras mundiais, sendo o único espaço onde isso aconteceu na história mundial recente e nesse sentido deve tirar ilações e aprender com esse passado.
A realidade na maior parte das vezes ultrapassa e é sempre mais forte do que o desejo.
Nós europeus, apesar de após a segunda guerra mundial, vivermos num espaço de paz, de
compreensão e diálogo, devemos perceber que o mundo mudou e que a paz está em risco.
A realidade nua e crua é que a Europa neste momento está a braços com a necessidade de se defender de inimigos externos e, na minha opinião não está a saber lidar com isso.
Como diz o provérbio: “Si vis pacem, para belum” se quer paz prepara-se para a guerra, ou seja, temos de ter a capacidade de persuasão no sentido de sermos uma sociedade forte e menos apta a ser atacada por inimigos.
Alguns de nós, nomeadamente os Países Bálticos já perceberam há muito tempo, talvez pela proximidade do inimigo, que a Europa tem de ter essa capacidade militar de persuasão.
A humilhante posição em que o nosso tradicional parceiro do outro lado do Atlântico nos colocou nesta questão das negociações de paz na Ucrânia, pode vir a servir de mote para despertarmos para a realidade e de uma vez por todas assumirmos que para mantermos o nosso modo de vida temos de ser uma sociedade unida e forte.
Com os melhores cumprimentos,
Pelo Grupo Municipal do CDS-PP de Vila Nova de Gaia
Victor Pereira







