O Terras de Gaia teve acesso a uma carta aberta que, por ser também do interesse do
nosso concelho, reproduzirá na íntegra, nesta notícia:
“A Associação Alojamento Local Porto e Norte (ALPN) está profundamente
preocupada com a crescente crise de segurança que assola o país e, em particular, a
cidade do Porto.
Os mais recentes relatos e notícias vindas a público que, serão certamente do
conhecimento de V/Exa., denunciam crimes, furtos, roubos, assaltos, violações e um
aumento generalizado da violência, têm trazido para a sociedade civil um sentimento
de insegurança no presente e sobre o que poderá acontecer no futuro próximo.
Temos tomado conhecimento de pessoas que têm receio de sair à rua porque já foram
assaltadas, outras impedidas de se deslocarem livremente com medo de serem a
próxima vítima, vários negócios vítimas de vandalismo e com receio de serem
tomados de assalto, turistas que são espancados em plena luz do dia, viaturas com
vidros partidos que foram assaltadas a qualquer hora do dia ou da noite, assaltos a
residências e até a espaços de acolhimento turístico, já para não falar do sentimento
de medo na vida noturna na cidade que tem vindo a aumentar de há algum tempo a
esta parte, sem que se vejam medidas de contenção efetiva.
Os nossos associados e os hóspedes a quem prestamos o nosso serviço de
alojamento turístico estão receosos e, a manter-se esta situação, corremos o risco
sério de ver diminuído o interesse pelo nosso país, quando temos vindo a assistir,
impávidos e serenos, à descida no ranking dos países mais seguros – já descemos do
3º lugar para o 7º num espaço de 2 anos.
A Associação Alojamento Local Porto e Norte está muito preocupada com toda esta
problemática, uma vez que impacta, diretamente, na atratividade turística do país e,
em particular, da cidade do Porto, trazendo danos irremediáveis, a curto e médio
prazo, para a sustentabilidade dos operadores privados e que, nesta atividade, foram
responsáveis pela mobilização de cerca de 6 milhões de dormidas no ano transato.
Constatamos que existe falta de presença e/ou eficácia no policiamento de toda a
cidade, mas principalmente nas zonas mais sensíveis e movimentadas, tendo já
diversas entidades denunciado que é totalmente insuficiente e ineficaz no combate
que é necessário e urgente levar a cabo no momento.
A manter-se esta situação, está-se a perpetuar uma insustentável falta do estado de
direito, assistiremos a uma degradação da qualidade de vida dos locais, da atividade
económica e ao aumento da instabilidade social.
Sabemos que uma das razões do sucesso e atratividade do nosso país para os
turistas se deve à perceção de segurança, à simpatia das pessoas e ao saber bem
receber, no entanto, com toda esta instabilidade, rapidamente, deixaremos de ser o
país seguro que todos gostamos de transmitir a quem nos visita ou tenciona visitar.
As notícias que têm sido divulgadas não ficam dentro das nossas fronteiras e sabemos
que, toda esta problemática, já ultrapassou largamente o razoável, estando numa
apreensão crescente junto dos mercados emissores responsáveis pelo turismo
nacional.
Por tudo isto e porque não queremos esperar por situações ainda mais gravosas,
entendemos ser necessário uma exigência mais vigorosa na tomada de medidas de
contenção, à semelhança do que em outras alturas já foi executado, reforçando assim
os meios necessários, humanos e técnicos, para o combate eficaz, para o
cumprimento da ordem pública que se exige, para a salvaguarda de pessoas e bens, e
dos direitos de segurança, liberdade e tranquilidade para todos.
Dirigimo‐nos, pois, a V/Exa., Senhora Ministra da Administração Interna, Dra.
Margarida Blasco, atenta como sempre, apelando a que não permita que estas
ameaças à tranquilidade, à segurança e à liberdade de pessoas e bens, prossigam.
Estamos disponíveis, dentro da razoabilidade e proporcionalidade com que possamos
contribuir, para que sejam adotadas medidas como o policiamento de proximidade,
segurança e vigilância de ruas, recurso a guardas noturnos, que possam surtir efeitos,
mais ou menos imediatos, para o bem de todos.
O nosso grande objetivo é contribuir para evitar consequências trágicas no futuro de
mais de 60.000 famílias portuguesas e do turismo de Portugal, por opções imperfeitas
que não salvaguardam os direitos consagrados!
Apresento os meus melhores cumprimentos,
David Almeida
(Presidente ALPN)