A Plateia d’Emoções é cada vez mais uma das referências nacionais na arte do teatro musical. Sobretudo a pensar no desenvolvimento do “público do futuro”. Desdobra-se em atividades pelo País inteiro, inclusivé no concelho de Gaia, onde nasceu e onde almeja a existência de um teatro dedicado à arte cénica
A Plateia d’Emoções, companhia artística especializada em teatro musical, é um exemplo paradigmático de como o amor à arte é feito de muitos sacrifícios.
Quase a completar 10 anos de atividade, o coletivo artístico de Gaia, que investiu em instalações próprias, faz todos os possíveis para disponibilizar todos os dias as condições técnicas proporcionais à mestria de mais de 30 colaboradores, em diferentes áreas, entre equipa técnica residente, grupo criativo, atores, cantores e bailarinos.
Da companhia fazem parte nomes como Hélder Reis, o conhecido apresentador da RTP, um dos contribuintes líquidos da equipa criativa da Plateia d’Emoções, onde dá expressão à sua outra dimensão menos conhecida do grande público, a de escritor e guionista de peças de teatro. Faz igualmente parte André Ramos, músico e compositor, que passou pela London Symphony Orchestra, Philharmonia Orchestra, London Arts Orchestra e Hong Kong Sinfonietta, e desenvolveu trabalho para os maestros John-Elliot Gardiner, Paul Daniel e Leif Segerstam, entre outros.
O coletivo tem à frente, como diretor artístico, um arquiteto de formação, Fernando Tavares, que desde cedo “cometeu a loucura” – como diz meio a sério meio a brincar – de enveredar pela sua grande paixão pelas artes cénicas, assumindo diversos projetos de encenação e cenografia. A fundação da Plateia d’Emoções foi uma sequência natural no percurso.
A companhia apresenta uma média de 150 espetáculos por ano e tem em agenda quase sempre uma mão cheia de produções teatrais por época. Direcionadas sobretudo para plateias constituídas maioritariamente (em 85%) de público em idade escolar. “Queremos cultivar o hábito de irao teatro e é por isso, também, que não levamos as nossas peças às escolas, mas sim a salas de espetáculos com todas as condições técnicas para apresentarmos os nossos musicais com a qualidade que o público merece”, sublinha frequentemente Fernando Tavares.
Invariavelmente, as digressões das peças que (re)cria costumam levar a companhia a quase uma vintena de cidades, muitas vezes com peças diferentes em simultâneo. Um volume e qualidade de trabalho que já conquistaram alguns mecenas, e que ajudam os projetos criativos da companhia a ter cada vez mais reconhecimento.
Cada espetáculo é, no entanto, semente de outras dinâmicas, que acontecem fora dos palcos e que são transpostas para salas de aulas – potenciadas pelos conteúdos pedagógicos específicos para o Pré-escolar, Ensino Básico e Secundário, que a companhia artística de Gaia disponibiliza aos professores que assistirem aos seus espetáculos.
“O QR Code que facultamos aos professores dá acesso a atividades pedagógicas transversais que têm o objetivo de dar continuidade, em sala de aula, aos temas desenvolvidos na peça apresentada. Os materiais foram desenvolvidos por uma equipa de profissionais com experiência no ensino e visam criar o gosto pelo teatro e pela música”, explica Cátia Tavares, atriz de teatro musical e televisão, que no seu percurso tem projetos como “Chiquititas”, “Morangos com Açúcar” e que, entre outros, no teatro musical foi protagonista da produção de Filipe La Féria “West Side Story”. Hoje é produtora executiva da Plateia d’Emoções desenvolvendo o cargo desde 2016.